O início dos
mundiais

A
tradicional Copa do Mundo que conhecemos, disputada por seleções a
cada quatro anos, teve início em 1930, no Uruguai. Naquela época, não
existiam as chamadas “eliminatórias”. Mesmo quando estas passaram a
existir na edição seguinte, muitas seleções se recusavam a
participar do torneio, inclusive as que eram convidadas posteriormente
para repor as ausências. As longas e cansativas viagens
intercontinentais eram os principais obstáculos enfrentados na época
para a realização de um evento deste porte.
Além
disso, a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), que deixou boa parte do
planeta em ruínas, inviabilizou os mundiais de 1942 e 1946. Durante
este período, a taça mais cobiçada do mundo ficou escondida na casa
de Ottorino Barassi, um dirigente italiano e membro da FIFA.
Com o fim
da guerra, a entidade máxima do futebol queria retomar o torneio (Copa
do Mundo) o mais
rápido possível, embora muitos governos entendessem que o cenário
internacional não estava favorável para uma celebração esportiva.
Apesar das dificuldades, em 1946 a FIFA encontrou um candidato para
sediar o evento: o Brasil.
Com a
escolha da sede definida, nosso país ergueu, através da prefeitura do
Rio de Janeiro, o maior estádio do mundo da época, o Maracanã, com
capacidade para cerca de 200 mil pessoas.
Surge a idéia do
mundial interclubes
Apesar do
revés brasileiro no último jogo da Copa do Mundo, em 16 de Julho de
1950, que culminou com o bicampeonato uruguaio, o sucesso técnico e
financeiro da competição empolgou a Confederação Brasileira de
Desportos (CBD, atual CBF) e a FIFA, que imediatamente - mais
especificamente três dias após o encerramento do torneio - se reuniram
para discutir a possibilidade da criação de uma espécie de “Copa do
Mundo de Clubes”, algo inédito até então.
O jornal "A Gazeta
Esportiva" fez ampla cobertura desse encontro, que definiu os
membros participantes da chamada "Comissão Diretora do Primeiro
Torneio Internacional de Futebol", que seria coordenada por
Ottorino Barassi, secretário-geral/vice-presidente da FIFA e presidente
da Federação Italiana de Futebol - vale
destacar também que Barassi colaborou de maneira importante para a
fundação da poderosa confederação européia de futebol (UEFA).
Um dos
primeiros problemas levantados e solucionados sobre o certame foi o de
que o Brasil ainda não tinha um campeonato nacional para indicar um
representante para o torneio internacional, e também não seria possível
disponibilizar datas para a inclusão de uma nova competição no calendário
nacional. Então ficou definido pela recém-criada comissão que os
campeões estaduais de Rio de Janeiro e São Paulo seriam os
representantes do Brasil na competição.
Outra
questão importante rapidamente definida pela organização nessa mesma
rodada de reuniões - ainda em Agosto de 1950 - foi com relação ao
número de participantes. Inicialmente pensava-se numa disputa com 16
clubes, mas como nem a Copa do Mundo de seleções conseguia reunir esse
número de equipes, ficou estabelecido que seriam oito vagas para o
torneio interclubes.
Em Janeiro
de 1951, o "Jornal do Brasil" informou que Ottorino Barassi e
Stanley Rous (membros da FIFA e da Comissão do Torneio) vieram ao
Brasil para discutir com a CBD sobre o "Campeonato Mundial de
Futebol" - era dessa forma que os jornais da época se referiam à competição. Ainda no mesmo mês, o
jornal "O Globo Sportivo" destacou novamente a já
conhecida notícia de que o
presidente da FIFA, Jules Rimet, concedia a autorização e o apoio da entidade presidida
por ele ao torneio mundial interclubes que a CBD almejava realizar no Brasil. A citada matéria
foi assinada pelo jornalista francês Albert Laurence, que à época era
integrante dos periódicos "L'Équipe" e "France
Football".
Em
Junho, para assegurar a qualidade técnica
das partidas, a FIFA e a CBD oficializaram a Superball, bola utilizada
na Copa do Mundo do ano anterior, como a bola oficial da competição
interclubes.
Imagens:
Felipe Virolli / RankingDeClubes.com.br

Legenda da foto à direita: A CBD e a
FIFA, repetindo a decisão da Copa do Mundo, oficializaram a SUPERBALL
para a Copa Rio. E para atender ao seu regulamento, lá se foi Maurício
Fucks para pesar e medir as pelotas SUPERBALL, e a elas colocar a sua
assinatura, dizendo: OK.
Critérios
de participação, nomenclatura e outras curiosidades
Embora ainda não existissem competições que pudessem ser
utilizadas como “eliminatórias” para o mundial interclubes,
a organização do torneio - composta por membros da FIFA e da
CBD - decidiu convidar os clubes campeões nacionais das
principais potências futebolísticas da época. Curiosamente, o
Brasil ainda não tinha
um campeonato nacional. Por este motivo, ficou estabelecido que
os campeões dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo,
cujos torneios eram considerados os mais fortes do país, seriam
os representantes brasileiros no certame - e ainda havia a justificativa de que as seleções desses dois estados eram as atuais campeã e vice, respectivamente, do "campeonato brasileiro de seleções estaduais".
Assim sendo, por mais que algumas federações estaduais - especialmente de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul - tenham esboçado pressionar a CBD para que houvesse alguma possibilidade de disputa dessas vagas brasileiras para o torneio mundial de clubes, a falta de tempo e as argumentações pouco convincentes não foram suficientes para que se cogitasse qualquer alteração
nesse sentido.
Vale destacar
também que tanto o Vasco
da Gama quanto o Palmeiras
não foram simplesmente convidados. Ambos os torneios estaduais
- que garantiam as vagas brasileiras no torneio - não haviam
sequer começado, ou seja, poderiam ser outros os clubes
representantes brasileiros. Mas
enfim, resumidamente, foi desta forma que nasceu o Torneio
Internacional de Clubes Campeões, que por contar com o
patrocínio da prefeitura do Rio de Janeiro, também ficou
conhecido como “Copa Rio”, que é o nome do troféu - assim como algumas edições da
Copa Intercontinental e da própria Copa do Mundo de Clubes da
FIFA são chamadas de "Copa Toyota".
Ainda sobre a nomenclatura, a competição só não se chamou
oficialmente de "Torneio Mundial de Clubes Campeões" - como era a intenção
de parte dos organizadores - para se evitar qualquer tipo de confusão com a Copa do Mundo de seleções, também conhecida como "Campeonato Mundial de
Futebol" - inclusive, a expressão "Campeonato do Mundo de Football" e suas variações já eram de propriedade da FIFA desde aquela época, e ficavam reservadas exclusivamente à disputa da
"Taça Jules Rimet", como era popularmente conhecida a Copa do Mundo.
Outra curiosidade sobre a primeira competição mundial
interclubes da história do futebol é que ela foi idealizada e
levada ao conhecimento dos organizadores pelo jornalista Mário Filho - o mesmo que dá nome ao Estádio do Maracanã - antes mesmo da disputa da Copa de 1950,
conforme relata matéria do
"Jornal dos
Sports", tradicional diário esportivo carioca.
A intenção de Mário Filho - que escrevia exaustivamente sobre
o tema no mesmo periódico - era fazer do Brasil, e mais
especificamente do Rio de Janeiro, a "capital mundial do
futebol". Com a Europa ainda se recuperando da guerra, e
com o trunfo do Maracanã ser "o maior estádio do
mundo", além dos recordes de arrecadação na Copa do
Mundo, sua idéia imediatamente ganhou o apoio dos principais
dirigentes do futebol mundial e também da Prefeitura do Rio de Janeiro,
que viu a oportunidade da cidade continuar sediando grandes
eventos de repercussão internacional.
Como não se sabia quando surgiria algum estádio que
pudesse "rivalizar" com o Maracanã - além da idéia
ter partido de um jornalista brasileiro -, durante as
negociações para a elaboração e formatação do campeonato,
a CBD usou tudo isso a seu favor e convenceu os dirigentes da
FIFA a lhe concederem
autorização para ser uma espécie de
"organizadora oficial do mundial de clubes" - não
apenas da primeira edição, como era inicialmente esperado -, praticamente lhe garantindo
exclusividade nesse tipo de competição enquanto quisesse
continuar realizando o evento, que passou a ser previsto em regulamento para ser
disputado de dois em dois ou de quatro em quatro anos.
Portanto, enquanto a FIFA focava os seus esforços em melhorias
para a sua já consagrada - e agora lucrativa - Copa do Mundo de
seleções, deixava o mundial de clubes autorizado a ser
promovido pela sua "grande parceira", a CBD - como se fosse um
"presente" ou "retribuição" para o Brasil,
que colaborou efetivamente para uma mudança de patamar
financeiro da entidade máxima do futebol.
Com isso, não pensava-se mais, a partir daquele momento, na possibilidade de se
fazer um "rodízio" de sedes, como acontecia no
mundial de seleções - embora países como Itália e Inglaterra
tenham manifestado publicamente o desejo de sediar futuras
edições da competição.
Assim sendo, o plano dos organizadores e demais
membros envolvidos passou a considerar que a "capital
mundial do futebol" patrocinaria e sediaria todas as edições
dos mundiais de clubes - da mesma forma que vimos acontecer anos
mais tarde na chamada "Copa Intercontinental", que foi
disputada exclusivamente no Japão, de 1980 a 2004.
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O primeiro
mundial interclubes

Apesar das dificuldades com relação às viagens
intercontinentais - que também atrapalhavam as Copas do Mundo -, a idéia foi bem aceita pela maioria dos clubes originalmente
previstos, e as poucas recusas foram devidamente contornadas - com as respectivas vagas sendo preenchidas por equipes de nível técnico
equivalente ou superior, conforme destacaram alguns jornais da época -, diferentemente do que ocorrera em todas as edições do
mundial de seleções disputadas até então, inclusive a realizada no
mesmo Brasil, no ano anterior.
Para se ter uma ideia, a Copa do Mundo de 1950 estava prevista para ser disputada por 16 equipes, mas apenas 13 acabaram participando.
Portugal, uma das seleções que não havia se classificado nas
"Eliminatórias", foi convidada a repor uma das
ausências, e mesmo assim recusou o convite - outras seleções
também fizeram o mesmo. Isso fez com que os grupos A e B tivessem quatro equipes (com cada uma delas realizando três jogos), o grupo C tivesse três
equipes (com cada uma realizando dois jogos), e o grupo D com apenas duas equipes (que fizeram apenas um jogo).
Curiosamente, o Uruguai - que acabou se tornando o campeão - estava no grupo D, e classificou-se para o quadrangular final da Copa do Mundo fazendo apenas um jogo
- contra a fraca seleção da Bolívia -, enquanto o Brasil, por exemplo, fez o triplo de jogos - e diante de seleções mais fortes.
Apesar de todo esse cenário - com seleções sendo convidadas
mesmo após terem sido
desclassificadas nas "Eliminatórias", com o regulamento e o formato de disputa bem diferentes da atual Copa do
Mundo -, o título mundial do Uruguai é indiscutível. |
Portanto, mesmo considerando a
possibilidade de uma ou outra ausência - algo comum nas Copas do Mundo
-, fato é que a competição disputada no Brasil em 1951, com toda a estrutura da mais
recente Copa do Mundo, foi criada com o explícito objetivo de dar ao
seu vencedor o título de campeão do mundo - como nos mostra o
regulamento do próprio torneio.
Imagem:
Felipe Virolli / RankingDeClubes.com.br

Além
disso, foi esta a repercussão (de campeonato mundial) que a conquista
do Palmeiras
teve na época - tanto no Brasil quanto no exterior -, conforme você pode ver nas imagens abaixo. Sendo assim,
consideramos o Palmeiras
como o primeiro clube campeão mundial da história do futebol.
Clique nas imagens para ampliá-las.





Reconhecimento
Em 2001, aproveitando o
momento de festividade pela comemoração dos 50 anos da
conquista, a diretoria do Palmeiras
buscou a preparação de um dossiê - que o Ranking de Clubes
Brasileiros também teve acesso -, para que a FIFA
reconhecesse o Torneio Internacional de Clubes Campeões (Copa
Rio) como um
campeonato mundial sob sua chancela. O dossiê foi entregue em
2006 e,
em Março de 2007, a entidade máxima do futebol reconheceu a
legitimidade da competição, através de um ofício enviado à
CBF.
Imagem:
Felipe Virolli / RankingDeClubes.com.br

Com essa decisão favorável à solicitação palmeirense,
alguns clubes - principalmente brasileiros - se sentiram no
direito de reivindicar o reconhecimento de títulos, e passaram a
pressionar a FIFA por conta de outros torneios
"supostamente mundiais" - inclusive
amistosos.
Incomodada com a situação de tumulto criada
pelos clubes, a entidade máxima do futebol se pronunciou em 15
de Dezembro do mesmo ano, afirmando que o seu Comitê Executivo "aprovou a idéia de que a primeira edição das competições
interclubes realizadas pela FIFA foi em 2000, no Brasil, e que
os demais torneios, incluindo Copa Rio e Copa Intercontinental,
não são considerados eventos oficiais da FIFA."
Com este comunicado oficial, a FIFA se eximiu
de qualquer responsabilidade ou questionamento referente a
competições anteriores, mas não "retirou" suas
oficializações perante as respectivas entidades organizadoras
- CBD no caso da Copa Rio e UEFA/CONMEBOL no caso da Copa
Intercontinental.
Nova
tentativa e, enfim, o definitivo reconhecimento
Por
conta dos preparativos para a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, o
assunto voltou à pauta da FIFA, que havia estreitado seu
relacionamento com a CBF e com o governo brasileiro. Aldo
Rebelo, então ministro dos esportes e palmeirense declarado,
pediu à FIFA para que reconsiderasse o reconhecimento da Copa
Rio de 1951 como o primeiro campeonato mundial de clubes da
história, e a entidade máxima do futebol se comprometeu a analisar o
tema novamente.
Assim como já havia acontecido em 2007, em
Abril de 2013, um ofício assinado por Jérôme Valcke,
secretário-geral da FIFA, confirmou novamente a "Copa Rio" de
1951 como a primeira Copa do Mundo de Clubes já realizada.
Imagem:
Felipe Virolli / RankingDeClubes.com.br

Apesar do novo documento reconhecendo a
conquista, a diretoria do Palmeiras não se deu por satisfeita e
solicitou à CBF para que intercedesse junto à FIFA, para que o
reconhecimento fosse homologado de uma vez por todas - já que o
ofício poderia ser "derrubado" novamente,
como já havia acontecido em Dezembro de 2007.
A insistência alviverde deu resultado. Em Junho de
2014, em reunião de seu Comitê Executivo, a FIFA novamente apreciou o
tema - desta vez no foro adequado - e oficialmente
decidiu, em caráter definitivo, que "o torneio entre clubes europeus e
sul-americanos vencido pelo Palmeiras em 1951 foi o primeiro
campeonato mundial de clubes". Tal
informação consta na ata
da reunião da entidade, que foi enviada ao governo brasileiro
em Novembro de 2014, quando ficou confirmado e documentado o
reconhecimento - que já havia sido antecipado em entrevistas
pelo próprio presidente da FIFA, Joseph Blatter, e pelo
secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke.
Imagens:
Felipe Virolli / RankingDeClubes.com.br

Cópia
da ata original (em inglês). O Ranking de Clubes Brasileiros
foi o primeiro site a divulgar, com exclusividade, a
documentação.

Tradução
da ata da FIFA que reconhece oficialmente a Copa Rio de 1951
como o primeiro mundial de clubes da história.
Vale ressaltar que, desta vez, o reconhecimento do título
mundial do Palmeiras foi uma decisão tomada pelo Comitê Executivo da
FIFA (atualmente chamado de "Conselho da
FIFA"), que é o único órgão da entidade com legitimidade para decidir sobre o tema. Qualquer reconhecimento oficial de competições - que não foram organizadas diretamente pela FIFA - é decidido por esse
órgão - inclusive, posteriormente, em Outubro de 2017, esse
mesmo Comitê da FIFA também reconheceu a Copa
Intercontinental como competição de nível mundial, da
mesma forma que já havia feito com a Copa Rio de 1951.
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Testemunha
ocular do torneio e favorável ao reconhecimento, o renomado
jornalista Claudio Carsughi,
correspondente do diário italiano "Corriere dello
Sport" nos anos 50, disse ao RCB que a Copa Rio de 1951
teria sido mais facilmente
diplomada como a primeira Copa do Mundo de Clubes pela FIFA, se
existisse essa preocupação na época em que foi disputada.
"Nenhum dirigente brasileiro se preocupou em oficializar a
Copa Rio (como um evento da FIFA) porque era indiscutível o valor
do torneio e o apoio concedido pela entidade naquela época. Não
havia essa necessidade. E isso teria sido muito fácil,
principalmente pelo fato de ter contado com a presença de
Ottorino Barassi, vice-presidente da FIFA, na organização",
disse Carsughi.
Antes tarde do que nunca, o fato é que, 63 anos
depois, a FIFA enfim reconheceu de maneira definitiva o Torneio Internacional de
Clubes Campeões (Copa Rio) de 1951 como o primeiro campeonato
mundial de clubes da história.
"O
Palmeiras não tem mundial", equivoca-se parte da imprensa brasileira
Apesar da comprovação histórica dos fatos
e do reconhecimento homologado (conforme documentação acima) pela
entidade máxima do futebol desde 2014, parte da imprensa brasileira
ainda tem muita "dificuldade" em assimilar que o Palmeiras é o
primeiro clube campeão mundial, e é reconhecido pela FIFA. E
para sustentar a tese de que "o Palmeiras não tem
mundial", vale tudo. Até mesmo incluir conteúdo
"fictício" dentro de notícias "aparentemente
verdadeiras" - que acabam enganando os leitores.
Enquanto a Copa Rio de 1951 era a única competição
efetivamente
reconhecida pela FIFA através de seu Comitê
Executivo, grande parte da imprensa ignorava - ou fingia
desconhecer - a documentação. Assim que a Copa Intercontinental
foi reconhecida pelo mesmo Comitê da FIFA, em Outubro de 2017,
foi uma "chuva" de notícias distorcidas e de conteúdo inverídico. Clique na imagem abaixo para ler trechos
de duas "notícias" que selecionamos, e que foram
veiculadas no Estadão
e na Folha,
respectivamente.

Esses tradicionais veículos de comunicação simplesmente
ignoraram o que, de fato, estava em pauta nessa reunião do
Conselho da FIFA (veja em destaque na imagem abaixo, e clique para conferir o
documento na íntegra). Tudo para tentar desmerecer parte da história do
futebol brasileiro e criar nova polêmica sobre um assunto que
já foi apreciado em 2014.

Como podemos observar, a pauta da FIFA sobre o tema
deixa claro de que se trata
exclusivamente do "reconhecimento dos campeões da Copa Intercontinental".
Em nenhum trecho do documento há qualquer menção ao Palmeiras
ou à possível revogação do reconhecimento de torneios
anteriores, ou ainda que seria estabelecido que "a partir da
Copa Intercontinental de 1960 é que os clubes poderiam ser considerados
campeões mundiais", como parte da imprensa brasileira tenta
fazer parecer.
Para não deixar qualquer dúvida sobre o assunto, após essa reunião do Conselho da FIFA, a
entidade publicou o conteúdo da ata em seu site oficial (caso
não consiga abrir o link, clique aqui
para acessar o print na íntegra), e ratificou o que estava em pauta. "Dentre uma grande variedade de tópicos, foram aprovadas uma série de decisões importantes, incluindo o seguinte: Reconhecimento de todos os times europeus e sul-americanos que ganharam a Copa Intercontinental - disputada entre 1960 e 2004 - como campeões mundiais de
clubes", diz o documento. Ou seja, em nenhum momento esteve
em discussão a situação do já reconhecido título do
Palmeiras.
Portanto, o fato é que a Copa Intercontinental foi reconhecida
pela FIFA da mesma forma que a Copa Rio de 1951 já havia sido. E
é justamente por isso que o título do Palmeiras não esteve em
pauta nessa reunião - trata-se de assunto que já foi deliberado
pelo mesmo órgão.
Assim sendo, fica mais uma vez comprovado que o título mundial do
Palmeiras - cuja legitimidade sempre foi indiscutível do ponto de
vista histórico - também é legalmente reconhecido pela FIFA. E
para finalizar, vale destacar também que não há qualquer lista
de campeões mundiais - por parte da FIFA - que inclua os campeões da
Copa Intercontinental com os campeões da chamada "Era
FIFA", e deixe de fora os campeões da Copa Rio,
especialmente a de 1951 (como parte da imprensa brasileira sugere
em algumas notícias falsas).
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Índice:
A História dos Mundiais | A Copa Rio
de 1952 e os torneios semelhantes
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