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Juca Chaves

Foto: Divulgação

Juca Chaves é um dos ilustres torcedores do Tricolor do Morumbi.

   Iniciando a seção de entrevistas do RCB, conversamos com Jurandyr Czaczkes, mais conhecido como Juca Chaves, famoso compositor, músico e humorista brasileiro, considerado um torcedor-símbolo do São Paulo Futebol Clube.

   Ranking de Clubes Brasileiros (RCB): Você nasceu no Rio de Janeiro, mas torce por um clube paulista. Como começou essa paixão pelo São Paulo?

   Juca Chaves (JC): Eu nasci em 1938, ano de Copa do Mundo. Com apenas um ano, vim para São Paulo, onde fui criado. Desde menino, sempre gostei de futebol, e comecei a torcer pelo São Paulo porque o meu pai me levava ao Pacaembu para ver o Leônidas da Silva, que era o grande jogador daquela época.

   Inclusive, meu primeiro jogo no estádio foi entre São Paulo e Arsenal, da Inglaterra, em 1949, no Pacaembu. Lembro-me que os ingleses batiam muito e os brasileiros, fraquinhos, toda hora caíam ao chão. Mesmo assim, o Teixeirinha marcou o nosso gol e o São Paulo venceu por 1 a 0. Pra mim, aquele foi um dia maravilhoso, porque eu vi o Leônidas jogar.

   RCB: Foi aí que você decidiu ser são-paulino ou o seu pai que te influenciou?

   JC: Eu costumo dizer que o meu pai era do contra. Se eu falasse que era são-paulino, ele falava que era corinthiano ou palmeirense, só para me chatear (risos). Mas na verdade ele gostava de futebol de uma maneira geral. Para se ter uma ideia, ele era austríaco e quando o Áustria (Viena) veio ao Brasil (em 1951), ele me levou ao estádio para assistir o jogo contra a Juventus, da Itália, no primeiro Campeonato do Mundo, conquistado pelo Palmeiras. E eu me lembro até hoje daquele time do Áustria, com Schweda, Schleger, Ocwirk, Melchior, Koller e Aurednik. Eu decorava os nomes de tudo quanto é jogador e as escalações das equipes, como faço até hoje. Me lembro de times históricos do São Paulo, do Palmeiras, do Santos, da Portuguesa, do Corinthians... Enfim, sou são-paulino desde menininho, freqüento o Morumbi, onde tenho minha cadeira cativa, mas gosto de futebol.

   Se o São Paulo ganha, mas não jogou bem, eu falo. Quando perde, também encaro de uma maneira normal. Sou torcedor e não “exigidor”. Se ninguém perdesse, ninguém ganharia. Por falar nisso, outro momento marcante pra mim foi com a seleção brasileira, em 1950. Eu tinha 12 anos na época e meu pai me levou ao Maracanã para assistir à Copa do Mundo. Eu estava naquele jogo final do Brasil contra o Uruguai, que perdemos por 2 a 1.

   RCB: Aquele jogo foi uma grande tragédia, como a imprensa costuma citar?

   JC: Na época, o Brasil nunca tinha tido outras glórias, não só no futebol, mas no esporte como um todo. Como nada mais acontecia, existia aquela expectativa para a conquista do mundial, então aquela derrota acabou sendo um grande choque, principalmente porque o nosso time era muito bom. 

   RCB: Voltando o assunto ao São Paulo, qual o melhor jogador que você viu vestir a camisa do seu time?

   JC: O São Paulo é um dos clubes que mais forneceu jogadores para a seleção brasileira de todos os tempos. Posso citar uma série de grandes jogadores que vestiram a camisa do São Paulo, mas acho que não existe um melhor. Futebol é momento, de fases boas e ruins.

   RCB: Mas se fosse para eleger apenas um, quem seria?

   JC: Eu gosto de citar jogadores como Bauer, Leônidas da Silva e Raí, mas pela história construída no clube, número de partidas feitas, recorde de gols para um goleiro e também pelos títulos, escolho o Rogério Ceni.

   RCB: Conte-nos um jogo inesquecível do Tricolor e o que aconteceu de tão marcante naquela data.

   JC: Geralmente costumo falar dos campeonatos mundiais, conquistados no Japão. Mas já vi muitas outras finais emocionantes, que fica até difícil falar apenas uma. Eu falo para o pessoal do clube, que o torcedor, na hora de comprar uma camiseta do São Paulo, deveria ganhar um saco cheio de estrelas para colar aonde quiser na camiseta (risos). Com certeza somos um dos times brasileiros com mais conquistas.

   Por falar nisso e em jogo inesquecível, além daquele contra o Arsenal, que foi decisivo para eu me tornar são-paulino, eu gosto de lembrar que em dezembro de 1993 eu estava no Japão para acompanhar a final do mundial interclubes, entre São Paulo e Milan.

   Nós saímos na frente com um gol do Palhinha e sofremos muita pressão dos italianos, que conseguiram empatar logo no início do segundo tempo. Eles tinham uma das melhores defesas do mundo, mas mesmo assim fizemos o segundo gol com o Toninho Cerezo. Faltando uns 10 minutos para acabar, eles empataram novamente.

   Quando tudo parecia caminhar para a prorrogação, o Muller fez aquele gol de calcanhar, sem querer, e o São Paulo foi bicampeão. Eu estava lá e, sem dúvida, foi um dos jogos mais marcantes e emocionantes.

Ficha técnica:

Copa Européia/Sul-Americana de 1993 (Final)

São Paulo 3 X 2 Milan-ITA

Data: 12/12/1993.
Local: Estádio Nacional de Tóquio - Japão.
Gols: Palhinha aos 19min do primeiro tempo; Massaro aos 3min, Toninho Cerezo aos 14min, Papin aos 36min e Muller aos 41min do segundo tempo.
Público: 52.275 pagantes.
Árbitro: Joel Quinou (FRA).

SÃO PAULO:

Zetti; Cafu, Válber, Ronaldão e André Luiz; Doriva, Dinho, Toninho Cerezo e Leonardo; Muller e Palhinha (Juninho).

Técnico: Telê Santana.

MILAN:

Rossi; Panucci, Costacurta, Baresi e Maldini; Albertini (Orlando), Donadoni e Desailly; Massaro, Papin e Raduciou (Tassoti).

Técnico: Fábio Capello.

Foto: Divulgação

Juca Chaves é autor de uma música que homenageia o Tricolor.

   Clique aqui e ouça a belíssima “Marchinha do São Paulo”, lançada por Juca Chaves nos anos 80.

 

 

 

 

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