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Copa João Havelange: Tudo em nome da virada de mesa

    Dada toda a confusão e a dificuldade para se chegar a um consenso quanto ao rebaixamento do campeonato anterior, a CBF foi impedida pela justiça de publicar o regulamento do Brasileirão de 2000 e entregou a tarefa da organização do campeonato ao Clube dos 13. Foram necessários sete meses para que se chegasse a uma “solução” – e, cá entre nós, solução não apenas para o imbróglio envolvendo o Botafogo, pois tinham outros rebaixados interessados em levar vantagem com a confusão.

    Por isso, foi criada a “Copa João Havelange”, com a fórmula de competição mais confusa de toda a história, com um total de 116 participantes, divididos em três módulos diferentes (o principal era o Azul). Obviamente, os critérios para a escolha das equipes obedeceu novamente a toda sorte de interesses.

    Assim sendo, o Bahia e o América Mineiro, que estavam na segunda divisão, além do Fluminense, da terceira divisão, se beneficiaram do regulamento e voltaram à elite ao serem convidados a integrar o tal “Módulo Azul”. Além disso, o Clube dos 13 também decidiu pela manutenção de Botafogo, Gama e Juventude no módulo que simbolizava a elite. Já o Botafogo-SP e o Paraná foram para o “Módulo Amarelo”, que contava com os clubes da “Série B” – existiam também os módulos “Verde” e “Branco”, correspondentes à “Série C”. Mas vale ressaltar que, apesar dos módulos serem divididos seguindo a divisão de escalão da edição anterior do Brasileirão, eles não representavam escalões inferiores, ou seja, no ano de 2000 não existiram as Séries B e C. A reunião dos 116 clubes formou uma única divisão, pois todos eles faziam parte da Copa João Havelange, ou seja, o campeão poderia sair de qualquer um dos módulos. Além disso, por motivos lógicos, também ficou estabelecido que não haveria rebaixamento.

    Apesar disso tudo, a Copa João Havelange, conquistada pelo Vasco da Gama, contabiliza no ranking como se fosse um campeonato nacional organizado pela CBF, afinal, ela própria deu o aval para sua realização.

    No ano seguinte, as pressões e os interesses de políticos e dirigentes voltaram a determinar os critérios para a escolha dos participantes do campeonato. Mais uma vez, a CBF cedeu a tais pressões, ignorou o rebaixamento do Brasileirão de 1999 e oficialmente promoveu o Bahia, o América-MG e o Fluminense, que tinham sido convidados – sem méritos – a participar do “Módulo Azul” da esdrúxula “Copa JH”.

    Com todo este panorama, o campeonato nacional de 2001 foi disputado por 28 clubes: os 22 da edição de 1999, os dois clubes que conquistaram o acesso naquele ano, os três times promovidos por convite – através da “Copa JH” – e o São Caetano, que foi vice-campeão daquela competição. Vale ressaltar que o Azulão foi o segundo colocado no “Módulo Amarelo” e o Malutron, melhor time dos módulos “Verde” e “Branco”, também conseguiu promoção – mas à Série B – nesta temporada.

    Resumidamente, a Copa JH não tinha rebaixamento – provavelmente também não especificava no regulamento que haveria promoção – e, mesmo assim, acabou interferindo nas competições oficiais da CBF. Não dá para entender. Ou melhor, dá sim. Com todos estes dados, podemos afirmar que a Copa João Havelange, além de ter sido um campeonato com um regulamento confuso, acabou sendo uma verdadeira virada-de-mesa – mais uma, que atendeu aos interesses de clubes que tinham “padrinhos” influentes perante à organização do futebol nacional.

    Enfim, o Brasileirão de 2001 começou em 1º de agosto, mas mesmo agradando a gregos e troianos, estava ameaçado de não ser realizado até 26 de julho, por conta de uma ordem judicial obtida pelo Remo, que obrigava a CBF a incluí-lo no campeonato nacional. O clube do Pará alegava que tinha esse direito por ter ficado entre os 16 finalistas da edição de 2000 da “Copa JH”. No entanto, o ministro Nilson Naves concedeu liminar em medida cautelar para a CBF organizar a competição à sua maneira, ou seja, o clube paraense teve de se contentar em jogar a Série B. Apesar de todas estas confusões, esta edição do campeonato restabeleceu o acesso e o descenso. O campeão foi o Atlético Paranaense e os rebaixados foram Sport, Botafogo-SP, América-MG e Santa Cruz. Em 2002, houve a participação de 26 clubes.

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