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De 1950 a 1969

   Foi um período muito importante para o futebol brasileiro, no qual houve a inauguração do maior estádio do mundo, a realização da primeira Copa do Mundo no Brasil, o trauma da derrota para o Uruguai, o nascimento do mundial interclubes, também disputado no Brasil por duas vezes consecutivas e com o Palmeiras e o Fluminense sagrando-se campeões, amenizando a dor de todos os brasileiros, além do surgimento de craques como Pelé e do maior time de futebol de todos os tempos, o Santos da década de 60. Enfim, foi o período de um Brasil cada vez mais campeão no cenário internacional, principalmente com as conquistas nas Copas do Mundo de 1958 e 1962.

1950

16 de Junho - É inaugurado o Estádio do Maracanã, que começou a ser construído em agosto de 1948. Para correr contra o tempo e abrigar jogos da Copa do Mundo no Brasil, cerca de mil e quinhentos homens trabalharam na construção do estádio. O primeiro jogo aconteceu com uma das maiores rivalidades nacionais: Seleção do Rio de Janeiro contra a de São Paulo. São Paulo foi representado pela seleção paulista de novos, já que os clubes estavam comprometidos com as competições locais. Já a seleção carioca levou o que tinha de melhor ao gramado do Maracanã. Apesar disso, o jogo terminou em 3 a 1 para os paulistas. Didi, o mestre da “folha seca”, abriu o placar e se imortalizou definitivamente na história do futebol brasileiro.

24 de Junho - O Brasil estreia na Copa do Mundo com goleada diante do México, no Maracanã: 4 a 0.

16 de Julho - Com uma campanha praticamente perfeita, tudo indicava que o Brasil seria o campeão mundial. No quadrangular final, as excelentes vitórias diante de Suécia e Espanha proporcionaram à Seleção Brasileira a vantagem em jogar por um empate no último jogo, contra o Uruguai, para garantir a taça. No início do segundo tempo, o Brasil abriu o placar com Friaça. Após 20 minutos, o Uruguai chegou ao empate, com Schiaffino. Faltando pouco mais de 10 minutos para o apito final, Ghiggia virou o jogo para os uruguaios, calando cerca de 200 mil pessoas no Maracanã. Dizem ter sido este o maior silêncio que já se ouviu na história do futebol. A derrota brasileira ficou conhecida como "Maracanazzo".

19 de Julho - O Comitê da FIFA se reúne na sede da CBD, no Rio de Janeiro, para discutir, entre outros assuntos, a criação de um "torneio mundial de futebol interclubes". Apesar da derrota dentro de campo, o Brasil tinha provado ao mundo sua capacidade de organizar um evento da grandeza de uma Copa do Mundo. O jornal "A Gazeta Esportiva" fez ampla cobertura desse encontro, que definiu os membros participantes da chamada "Comissão Diretora do Primeiro Torneio Internacional de Futebol", que seria coordenada por Ottorino Barassi, secretário geral da FIFA e presidente da Federação Italiana de Futebol. Apenas por motivo de informação, Barassi foi o responsável por guardar a Taça Jules Rimet em sua casa, no período da 2a Guerra Mundial.
21 de Julho - O Brasil ainda não tinha um campeonato nacional para indicar um representante para o torneio internacional e também não seria possível disponibilizar datas para a inclusão de uma nova competição no calendário nacional. Então ficou definido pela recém-criada comissão que os campeões estaduais de Rio de Janeiro e São Paulo seriam os representantes do Brasil no campeonato mundial, que inicialmente tentaria contar com a participação de 16 clubes.

1951

20 de Janeiro - Segundo o "Jornal do Brasil", Ottorino Barassi e Stanley Rous (secretários da FIFA e membros da Comissão) virão ao Brasil para discutir com a CBD sobre o Campeonato Mundial de Futebol e sobre a possibilidade de realizá-lo entre junho e julho deste ano, mesmo período da Copa do Mundo de 1950. Vale destacar que os problemas que atrapalhavam as Copas do Mundo eram os mesmos que dificultavam a criação e a sustentação de um campeonato interclubes – principalmente por conta das dificuldades da época para uma viagem intercontinental. Por este motivo, o encontro, que aconteceu dias depois - especificamente em 1 de Fevereiro - para discutir o regulamento (foto), também serviu para definir que seriam oito os participantes do torneio, pois as dificuldades da época tornavam inviável a reunião de um número maior de equipes.

22 de Março - No Jornal dos Sports, no texto "Campeonato Mundial de Clubes", o jornalista Mário Filho divulga detalhes de como surgiu a ideia da criação do torneio: "A ideia, acolhida com entusiasmo pelos dirigentes europeus, e que fora sugerida em março (de 1950) aos presidentes da Federação Metropolitana e da Federação Paulista, por ocasião do banquete no Fluminense em homenagem aos vencedores do Rio-São Paulo, e comunicada logo depois ao presidente da Federação Italiana de Calcio e em junho ao secretário da Football Association e ao presidente da English League, e também ao presidente da Federação Espanhola, e ainda ao presidente da FIFA, só foi anunciada depois do campeonato do mundo (Copa de 1950). Provocou-se, por ocasião de um almoço em homenagem ao presidente da Federação Italiana, a presença do presidente da Federação Metropolitana e dos presidentes dos clubes, para a exposição do plano da "Copa Rio". Dos presidentes dos grandes clubes, apenas não compareceu o do Botafogo. Todos os presidentes dos clubes concordaram com a ideia, isto é, com a realização do campeonato mundial de clubes em junho-julho de cincoenta e um no Rio."
7 de Abril - Sobre a concordância de Jules Rimet, presidente da FIFA, com relação ao campeonato mundial de clubes, o Jornal dos Sports estampa uma de suas manchetes na primeira página: "Nenhuma dificuldade se opõe à realização do torneio mundial dos campeões", afirma Rimet. Na matéria, ele desmente boatos de que não fosse favorável à ideia do campeonato.
19 de Abril - Nova declaração de Jules Rimet ao Jornal dos Sports: "Aprovo a ideia e faço votos sinceros para o triunfo da primeira Copa Rio". Na matéria, Rimet ratifica o apoio da FIFA. "Lembro-me perfeitamente que um jornalista de Lisboa me perguntou se a FIFA tinha autorizado o Campeonato Mundial de Clubes do Rio de Janeiro. Respondi que, tratando-se de uma competição entre quadros de clubes, a FIFA não tinha autorização alguma a dar. Bastava que fosse oficialmente informada da organização do torneio. Aliás, trata-se de um torneio de importância e relevo mundiais. (...) Vamos resumir: Aprovo o princípio da organização no Brasil do Torneio Mundial dos Campeões. Espero que esta organização obtenha o maior êxito e isso por pura simpatia e gratidão para com o football brasileiro e seus dirigentes. Repito que a Copa Rio pode contar com toda a minha simpatia e faço votos para seu maior triunfo, porque se trata de uma manifestação grandiosa desta vitalidade magnífica do football mundial, que fica nosso alvo supremo e também porque é organizada pela CBD e pelo Brasil, uma grande nação."
11 de Maio - O presidente do Brasil, Getúlio Vargas, recebe no Palácio do Catete, vários dirigentes da CBD para discutir sobre o mundial interclubes. O pedido feito a Getúlio era sobre a colaboração do governo com o campeonato. Os dirigentes relataram ao presidente que esse seria o maior acontecimento futebolístico mundial de 1951. Getúlio, então, garantiu-lhes que seriam disponibilizados recursos.
14 de Maio - Alfredo Pessoa, diretor do Departamento de Turismo da Prefeitura do Rio, visita Mario Pollo na sede da CBD para conhecer detalhes do mundial interclubes, para que a prefeitura organizasse um programa de turismo.
15 de Junho - Entusiasmada com o torneio interclubes a ser realizado no Brasil, a Associação Uruguaia de Futebol decide suspender o campeonato nacional durante o período de um mês entre o final de junho e de julho para que o Nacional dispute a competição. A ata desta reunião foi assinada por dirigentes de todos os clubes da primeira divisão do futebol uruguaio. Fato idêntico ocorreu em São Paulo, onde o campeonato paulista foi igualmente paralisado.

20 de Junho - O clima que envolvia os trabalhos na CBD era de Copa do Mundo. Nesta data, ocorreu a reunião da Comissão Diretora do Torneio para oficializar as séries e fixar a tabela de jogos. Ainda no mesmo mês, para assegurar a qualidade técnica das partidas, os membros da FIFA e da CBD oficializaram a Superball, bola utilizada na Copa do Mundo do ano anterior, como a bola oficial da competição interclubes.
30 de Junho - A bola começa a rolar no Torneio Internacional de Clubes, a primeira Copa do Mundo de Clubes oficial da história. No Maracanã, o Áustria Viena goleia o Nacional, do Uruguai, por 4 a 0. No Pacaembu, o Palmeiras também consegue um bom resultado e vence o Olympique de Nice, da França, por 3 a 0.
8 de Julho - Ainda pela primeira fase da competição, o Palmeiras é goleado no Pacaembu pela Juventus, da Itália: 4 a 0. O resultado fez com que o goleiro Oberdan Cattani (foto), ídolo do Palmeiras, perdesse o posto de titular da equipe para o reserva Fábio Crippa. Apesar da derrota, o Verdão avançou à fase semi-final como segundo colocado do grupo para enfrentar o Vasco, primeiro colocado do outro grupo.

22 de Julho - Após passar pelo Vasco num confronto de dois jogos (2 a 1 e 0 a 0), o Palmeiras avançou à final para enfrentar novamente a Juventus, que o goleou na primeira fase. No primeiro jogo da decisão, no dia 18, vitória alviverde por 1 a 0. Assim como ocorrera um ano antes com o Brasil na Copa do Mundo, bastava ao Palmeiras um empate, no mesmo Maracanã, para o título mundial ficar com os brasileiros. A ansiedade tomou conta de todos os apaixonados por futebol, independentemente do time pelo qual torciam. O Palmeiras era o Brasil. E, desta vez, não houve "Maracanazzo". Embora tenha ficado em desvantagem no placar por duas vezes, o Palmeiras conseguiu o empate em 2 a 2 para levar ao delírio mais de 100 mil pessoas presentes ao Maracanã. Após a conquista do torneio, houve uma grande comemoração no Rio de Janeiro para celebrar o título, onde a equipe palmeirense desfilou em carro aberto pela cidade. A conquista do mundial também é conhecida como a "quinta coroa", pois simboliza o quinto título consecutivo conquistado pelo Palmeiras, entre os anos de 1950 e 1951.
25 de Julho - A volta a São Paulo, que levaria horas de trem, durou dias. Tudo porque, quando o trem com a delegação alviverde parava nas estações das cidades por onde passava, o Palmeiras era recebido para homenagens e comemorações. Na chegada à capital paulista, o grupo palmeirense foi recebido por uma grande multidão na Estação Roosevelt de trem. No trajeto entre tal estação e o Parque Antarctica, o povo aglomerou-se em todos os lugares possíveis para reverenciar os campeões. Essa recepção está evidenciada em um texto escrito por José Guedes Torino, no jornal "Vida Esportiva Paulista". Já o jornal "A Gazeta Esportiva" destaca que "um milhão de pessoas acolheram os campeões mundiais". Sem dúvida alguma, uma das maiores comemorações esportivas de todos os tempos.

29 de Novembro - O Jornal dos Sports divulga a intenção do Fluminense de antecipar a Copa Rio de 1953 para 1952. Os tricolores já estavam planejando o programa de comemorações do seu cinquentenário. Na época, o Fluminense liderava o Campeonato Carioca e elaborou um estudo com a ideia da antecipação, desde que se sagrasse campeão estadual e que os demais clubes concordassem com a iniciativa, não só pelo torneio, mas também pela comemoração de seu aniversário.

1952

20 de Janeiro - O Fluminense vence o Bangu por 2 a 0 e conquista o Campeonato Carioca de 1951.
6 de Fevereiro - O presidente do Fluminense, Fábio Carneiro de Mendonça, na companhia de Hugo Fracarolli, chefe do bureau da FIFA no Brasil, vai até a sede da CBD para uma reunião de estudos sobre a antecipação da Copa Rio. A CBD acaba concordando com a pretensão do Fluminense e aceita realizar e patrocinar a Copa Rio em 1952, em homenagem ao cinquentenário do clube. O presidente da CBD, Rivadávia Corrêa Meyer, designa Mário Filho, José Maria Castello Branco e Irineu Chaves para cuidarem do assunto.
18 de Fevereiro - Conforme citado anteriormente, estava prevista no regulamento uma nova edição do Torneio Internacional de Clubes para 1953. Porém, o Fluminense, que completava 50 anos em 1952, pressionou a CBD para antecipar e organizar a competição naquele mesmo ano no Brasil, até porque era o atual campeão estadual e, considerando o mesmo regulamento do mundial interclubes do ano anterior, teria direito a uma vaga na disputa. Além disso, seria uma forma de comemorar seus 50 anos em grande estilo. Nesta data, a reportagem do jornal catalão "Mundo Deportivo", intitulada "Brasil prepara la Copa Río", confirma a autorização da CBD para o Fluminense organizar o torneio, mas destaca que a entidade nacional não se responsabilizará economicamente pelo evento. A mesma reportagem indica ainda a intenção inicial do Fluminense de contar com a participação do Austria Viena e dos campeões de Itália, Espanha e Inglaterra.

2 de Março - Fluminense e Palmeiras empatam por 2 a 2 no Maracanã. Era a primeira vez que o Palmeiras pisava no gramado do Maracanã, depois de ter conquistado o mundial interclubes no referido estádio. Os dirigentes alviverdes, em sinal de reconhecimento e gratidão aos desportistas e ao povo carioca, entregaram uma placa de bronze - igual a esta, que está nas dependências do clube alviverde - para ser colocada no então maior estádio do Mundo. A placa foi entregue com a presença do prefeito do Rio, João Carlos Vital.
Abril - No clube das Laranjeiras, os dirigentes trabalhavam para viabilizar a realização da Copa Rio. Os pesados encargos que o clube teria com a organização do torneio, dentro das comemorações do seu cinquentenário, levaram o presidente do clube a solicitar à Câmara e Vereadores uma majoração no preço dos ingressos. Tal movimentação começou a render críticas de alguns políticos e, consequentemente, a II Copa Rio passou a correr o risco de não ser realizada, principalmente quando 32 vereadores enviaram um requerimento ao presidente da Câmara Municipal, manifentando-se contrários à realização do torneio pretendido pelo Fluminense. O clube recuou e garantiu que não aumentaria os preços, apenas manteria o que fora cobrado na primeira edição.
14 de Maio - Diante das ameaças dos vereadores do Rio de inviabilizarem a II Copa Rio, o Fluminense realizou uma grande reunião no salão nobre do clube e explicou detalhadamente aos dirigentes dos clubes e entidades esportivas o que pretendia com a organização e realização do torneio. Os dirigentes presentes na reunião declararam apoio e afirmaram que intercederiam junto aos vereadores para buscarem uma solução. Os próprios dirigentes de outros clubes cariocas foram solidários às pretensões do Fluminense.
30 de Maio - Embora os europeus estivessem com ciúmes do Brasil, as notícias que vinham do exterior eram mais animadoras que as existentes na própria cidade do Rio. Na referida data, Sporting, de Portugal, e Áustria Viena, da Áustria, confirmaram presença na Copa Rio. Entretanto, algumas federações europeias estavam insatisfeitas, com medo de que a segunda edição da Copa Rio pudesse causar a transferência do centro do futebol mundial da Europa para o Brasil, que já tinha a maior praça de esportes do mundo, o Maracanã, e havia realizado recentemente a primeira Copa do Mundo pós-guerra e o primeiro campeonato mundial interclubes da história.
5 de Junho - As informações ainda eram muito controversas sobre a realização - ou não - da Copa Rio. Na referida data, o Fluminense divulgou a notícia de que teria desistido de promover a competição.
6 de Junho - O Conselho Nacional Desportivo (CND), através de seu presidente, Vargas Neto, resolve tomar providências para salvar a Copa Rio. A intervenção do CND repercutiu favoravelmente. Chegou a surgir a ideia de se fazer uma grande consulta popular, um plebiscito sobre a conveniência da realização da II Copa Rio com os mesmos preços da primeira edição ou a não realização do torneio.
13 de Junho - Nova reunião na sede do Fluminense. Alguns vereadores mostraram-se mais ponderados com relação ao assunto. Mesmo sem plebiscito, o sentimento era de que o povo apoiava a realização do torneio.
15 de Junho - Resolvido o impasse entre dirigentes e vereadores, o Jornal dos Sports anuncia em uma de suas manchetes: "Haverá Copa Rio!" Jules Rimet, presidente da FIFA e admirador do Brasil, prontificou-se a colaborar no que fosse possível para a realização da II Copa Rio. Ele tentou, por exemplo, estabelecer contatos para trazer o campeão espanhol, o Barcelona, ao Brasil.
28 de Junho - O Jornal dos Sports publica: "Intercede o presidente da FIFA para a vinda do Barcelona." Apesar dos esforços, o Barcelona acaba não vindo ao Brasil para a disputa.
1 de Julho - A tabela da II Copa Rio já era conhecida. Em entrevista ao jornal O Globo, o jogador Orlando, o "Pingo de Ouro", do Fluminense , declarou acreditar que a Copa Rio ficará no Brasil.
13 de Julho - Tem início a II Copa Rio, em jogos com rodada dupla, no Maracanã e no Pacaembu. No Rio de Janeiro, o Fluminense estreia com empate contra o Sporting, de Portugal (0 a 0) e, em São Paulo, o Corinthians goleia o Saarbrücken, representante alemão, por 6 a 1.
18 de Julho - As delegações que faziam parte do grupo do Rio de Janeiro da Copa Rio participaram de um banquete que o Fluminense ofereceu. Era um jantar de confraternização e recepção aos sócios da "Velha Guarda" tricolor.
20 de Julho - O Fluminense vence o Peñarol, no jogo mais esperado da primeira fase da Copa Rio e véspera do cinquentenário do clube.
21 de Julho - Segunda-feira. Pela manhã, foi realizada uma missa na Igreja de São Francisco de Paula, em homenagem aos associados falecidos. E depois fizeram uma visita ao túmulo de Oscar Cox, o fundador do clube. Durante a noite, foi realizado o Grande Baile de Gala.
24 de Julho - Em jogo marcado por muito nervosismo e tumulto, o Corinthians vence o Peñarol por 2 a 1. Ao final do jogo, Míguez dá um soco no rosto do juiz. A polícia precisou intervir e houve invasão de campo. Obdulio Varela e Romero foram presos por desacato às autoridades. Sobraram socos e pontapés até mesmo para fotógrafos que acompanhavam a confusão. Para o segundo jogo, os dirigentes do Fluminense sugeriram que a partida fosse realizada no Maracanã. O Corinthians não aceitou, assim como o Peñarol não aceitou jogar novamente no Pacaembu, em São Paulo. Diante do impasse, ficou decidido que não ocorreria o segundo jogo e, sendo assim, o Corinthians estava classificado para a final.
26 de Julho - Jules Rimet é reeleito presidente da FIFA e Ottorino Barassi torna-se presidente do Comitê Executivo da mesma entidade.
27 de Julho - O Fluminense vence o Áustria Viena por 5 a 2 - havia vencido o primeiro jogo da semi-final por 1 a 0 - e se classifica para a final da Copa Rio. Até então, o Fluminense ainda não havia sofrido gols em todo o torneio. O técnico Zezé Moreira falou sobre isso para a Última Hora: "Eu estava torcendo para que continuássemos invictos em goals contra. (...) Mas estou feliz por saber que os finalistas são Fluminense e Corinthians, ambos brasileiros. Pelo menos desta feita, não ocorreu como da vez passada, quando a Juventus, da Itália, chegou às finais. Agora são dois clubes nossos os finalistas."
28 de Julho - A comissão organizadora da II Copa Rio reuniu-se para estabelecer as datas dos jogos finais. Quando foi organizada a tabela do campeonato, as datas escolhidas para as finais eram o dia 31 de Julho, quinta-feira, e 3 de Agosto, domingo. Porém, no domingo haveria a disputa do "Grande Prêmio Brasil", o maior acontecimento do turfe brasileiro. A comissão entendeu que não era aconselhável confirmar o jogo para domingo, pois poderia dividir o público esportivo da cidade. Sendo assim, ficou definida a antecipação dos jogos para quarta-feira e sábado.
30 de Julho - No Maracanã, o quadro corinthiano entrou no gramado com uma faixa, saudando o cinquentenário do Fluminense, que retribuiu, através de Píndaro, seu capitão, oferecendo uma rica corbeille de flores ao Corinthians. Ao final do jogo, o placar apontava 2 a 0 para o Fluminense. Apesar da vitória no primeiro jogo da decisão, os tricolores procuraram conter a euforia. Em entrevista ao Jornal dos Sports, o capitão Píndaro declarou: "Será a maior emoção da minha carreira levantar a Copa Rio, pois trata-se de um certame de âmbito internacional, que trará glória a seu vencedor. Todos nós fazemos questão de conquistar o título, principalmente, como presente ao clube, que comemora este ano seu cinquentenário. Entretanto, não devemos nos considerar campeões de véspera, pois football se decide no campo e seria prejudicial deixarmos o excesso de confiança perturbar a disposição que ostentamos. Além disso, o adversário nesta dura jornada é o Corinthians, campeão paulista e quadro de grandes possibilidades, o que constitui mais uma razão para reserva de nossa parte."

2 de Agosto - Para um público de cerca de 65 mil pessoas, o Fluminense - que havia vencido o primeiro jogo da decisão por 2 a 1 e repetia o placar até o último minuto - empata com o Corinthians em 2 a 2, no Maracanã, e garante o primeiro título mundial de um clube carioca. Após o apito final do árbitro francês Gabriel Tordjaman - o mesmo que apitou a final do mundial de 1951 entre Palmeiras e Juventus-ITA -, muita festa pelas ruas do Rio de Janeiro. Os amplos e luxuosos salões das Laranjeiras foram abertos ao público e a festa estendeu-se por toda a madrugada. Werner Glass, representante das bolas Drible, a bola oficial do torneio, descalçou as chuteiras de Marinho - que marcou o último gol do Flu no jogo, de cabeça - para que as mesmas recebessem um banho de bronze e fossem colocadas sob um pedestal. Marinho foi a grande revelação do campeonato, tendo marcado cinco gols - mesmo número de tentos de Orlando Pingo de Ouro. O artilheiro da II Copa Rio foi Baltazar, do vice-campeão Corinthians, com sete gols.
4 de Agosto - Alguns jornais, como O Diário, de Belo Horizonte, e o Última Hora, estamparam em suas manchetes: "Fluminense, campeão do mundo" e "Empunha o Fluminense um troféu mundial", respectivamente.
11 de Setembro - A CBD informa que a Copa Rio não será disputada em 1953, devido à antecipação da mesma para 1952. O conselho técnico da entidade sugere, então, que ela seja disputada de 4 em 4 anos - e não mais de 2 em 2 anos, como era a ideia original -, ficando o certame entrosado à Copa do Mundo, Olimpíadas e à Taça Brasil, que estava em vias de aprovação na FIFA.
17 de Setembro - A FIFA autoriza a criação da Taça Brasil, encarregando a CBD de realizá-la a partir de 1955. Em 1950, o dirigente Stanley Rous já havia sugerido a criação do torneio nacional para definir um campeão para o Torneio Internacional de Clubes de 1951, mas como não havia tempo suficiente para elaborá-lo e disputá-lo antes do certame mundial, a ideia foi adiada. No entanto, por conta de diversos motivos, a CBD não iniciou a disputa da Taça Brasil em 1955 - a primeira edição ocorreu em 1959 - e também não houve a edição de 1956 da Copa (Rio) Internacional de Clubes, que curiosamente só voltou a figurar no calendário também quatro anos depois do previsto, em 1960, com o nome de Copa Intercontinental e com outro formato de disputa, não sendo mais organizada pela CBD e sim pela CSF/CONMEBOL (Confederação Sul-Americana) e UEFA (Confederação Européia).

1954

16 de Junho - No ano de comemoração dos 50 anos da FIFA, nada mais adequado do que realizar a Copa em seu país-sede. Assim, a Suíça recebeu 16 seleções, divididas em 4 grupos. Foi a primeira Copa com transmissão televisiva, e também a estreia da camisa amarela no uniforme da Seleção Brasileira, já que a anterior, branca, havia sido condenada como objeto de azar após a derrota de 1950. Apesar da mudança na cor do uniforme, o Brasil foi eliminado pela Hungria nas quartas-de-final e o título ficou com a Alemanha.

1956

7 de Julho - Aos 15 anos de idade, Edson Arantes do Nascimento marca seu primeiro gol pelo time profissional do Santos Futebol Clube e consolida a vitória de 7 a 1 sobre o Corinthians de Santo André. Iniciava-se uma das mais lindas histórias de amor do futebol: Santos e Pelé.

1957

22 de Dezembro - Diante de um Maracanã com cerca de 90 mil pessoas, o Botafogo goleia o Fluminense por 6 a 2 e fatura mais um título estadual. Foi a maior goleada registrada em uma final de Campeonato Carioca. Paulinho Valentin, artilheiro da competição, deixou sua marca cinco vezes, contando com uma pintura de bicicleta. Garrincha fez o outro gol da Estrela Solitária. Escurinho e Waldo descontaram para o Fluminense, mas foi pouco para o Botafogo e seu elenco estrelado.

1958

29 de Junho - O Brasil vivia dias felizes em 1958. Eram os anos de Juscelino Kubitschek, de democracia, prosperidade e esperança. João Gilberto lançava "Chega de Saudade", considerado o primeiro disco da bossa nova, gênero que conquistaria o mundo. Nesse ano, a sexta Copa do Mundo foi disputada na Suécia e, no Brasil, havia um natural clima de desconfiança em relação à Seleção, que foi avançando na competição e chegou à final para disputar contra a Suécia, dona da casa, que também vestia uniforme amarelo. O Brasil teve de improvisar e comprar um uniforme azul para a decisão. E deu tudo certo. Com gols de Vavá (2), Pelé (2) e Zagallo e o placar apontando 5 a 2 para o Brasil, finalmente a Copa do Mundo era nossa.

1959

5 de Março - Acontece em Buenos Aires, sede da 26ª Copa América, o 30º Congresso Ordinário da Confederação Sul-Americana de Futebol (CSF). Reunidos no salão principal da Asociación del Fútbol Argentino (AFA), os dirigentes sul-americanos aprovam a realização de um novo projeto do "Campeonato de Campeões", apresentado por Chile e Brasil no ano anterior, em reunião do mesmo Congresso, realizada no Rio de Janeiro. Foi o ponto de partida para o nascimento da Copa Libertadores da América. Logo em seguida, sul-americanos (CSF) e europeus (UEFA) acertaram que os seus respectivos campeões realizariam um confronto, organizado em conjunto pelas duas confederações e batizado oficialmente de Copa Intercontinental, para definir o melhor clube do mundo na temporada. A ideia era um sonho antigo do secretário-geral da UEFA, o francês Henri Delaunay, falecido em 1955.

2 de Agosto - Em jogo válido pelo Campeonato Paulista contra o Juventus, na Rua Javari, Pelé marca o gol mais bonito de sua carreira - segundo ele próprio. Como não existem imagens deste feito (apenas a foto de Zezinho Herrera, do jornal A Tribuna, de Santos, no momento exato do cabeceio para o gol), Pelé aceitou recriá-lo por meio de computação gráfica para o documentário "Pelé Eterno". Após o gol, o Rei correu em direção às arquibancadas do estádio da Mooca e socou pela primeira vez o ar, comemorando o tento, tornando doravante esse gesto como marca registrada na sua maneira de comemorar os gols marcados.

1960

29 de Março - Com a aprovação da criação da Copa Libertadores da América, a CBD se viu "obrigada" a criar um torneio nacional de clubes, em 1959, para indicar os clubes brasileiros que disputariam o torneio sul-americano em 1960. Santos e Bahia decidiram a Taça Brasil. Nos dois jogos previstos, ainda em 1959, uma vitória para cada lado. Houve então a necessidade de um jogo extra e em campo neutro para definir o campeão. Alguns meses depois, especificamente nesta data, no Estádio do Maracanã, para pouco mais de 20 mil pessoas, o clube baiano venceu por 3 a 2 e se sagrou o primeiro clube campeão brasileiro da história.

19 de abril - O clube uruguaio Peñarol goleia o boliviano Jorge Wilstermann por 7 a 1 no primeiro jogo da história da Copa Libertadores da América.

21 de Abril - O Brasil ganha uma nova capital, moderna e planejada. Com sua estrutura básica pronta, Brasília é inaugurada. Baseada no plano urbanístico conhecido como “Plano Piloto”, elaborado pelo urbanista Lúcio Costa, a construção da cidade teve início em 1956 e se adaptava ao projeto do Lago Paranoá. Oscar Niemeyer foi quem elaborou os principais projetos arquitetônicos da cidade.
19 de Junho - Após passar por Jorge Wilstermann e San Lorenzo, o Peñarol se classificou à final da Copa Libertadores para enfrentar o Olimpia, do Paraguai. No primeiro jogo, vitória dos uruguaios por 1 a 0. No segundo jogo, no Estádio Manuel Ferreira, em Assunção, no Paraguai, o empate em 1 a 1 garantiu o título ao Peñarol.
4 de Setembro - Após um empate em 0 a 0 no primeiro jogo da decisão, o Real Madrid goleia o Peñarol por 5 a 1 no Estádio Santiago Bernabéu e conquista a primeira Copa Intercontinental da história, sagrando-se campeão mundial.

1961

11 de Junho - Após vencer o primeiro jogo da final por 1 a 0, o Peñarol empata com o Palmeiras por 1 a 1 no Pacaembu e conquista o bicampeonato da Copa Libertadores. Em Setembro, o clube uruguaio vence o confronto contra o Benfica, de Portugal, e conquista o título de campeão mundial.

1962

17 de Junho - No Estádio Nacional de Chile, em Santiago, o Brasil vence a Tchecoslováquia por 3 a 1 e conquista o bicampeonato mundial. Amarildo, Zito e Vavá fizeram os gols do triunfo brasileiro.
30 de Agosto - Em Buenos Aires, no Monumental de Nuñez, o Santos vence o temido Peñarol no terceiro jogo da final da Copa Libertadores por 3 a 0 e se sagra campeão sul-americano pela primeira vez.

11 de Outubro - Com uma exibição de gala de Pelé, autor de três gols, o Santos goleia o Benfica por 5 a 2 no Estádio da Luz, em Lisboa, Portugal, e conquista seu primeiro título mundial interclubes. No primeiro jogo da decisão, no Maracanã, o Santos havia vencido por 3 a 2.

1963

16 de Novembro - Primeiro clube brasileiro bicampeão sul-americano, após superar o Boca Juniors na final da Copa Libertadores, o Santos bate o Milan, da Itália, por 3 a 2, no Maracanã, no terceiro jogo da Copa Intercontinental e torna-se também o primeiro clube bicampeão mundial da história.

1965

5 de Setembro - É inaugurado mais um templo do futebol brasileiro: o Mineirão. Construído inicialmente para 130 mil torcedores, o estádio começou a ser projetado bem antes de sua inauguração. As obras que começaram em 1959 e foram concluídas em 1965 envolveram cerca de cinco mil trabalhadores e gerou grande expectativa na torcida mineira. A partida de inauguração aconteceu entre a Seleção Mineira e o River Plate, da Argentina. O combinado mineiro venceu por 1 a 0 e o autor do primeiro gol do novo palco de Minas foi Buglê, atacante do Atlético Mineiro. O primeiro confronto oficial disputado no Mineirão ocorreu em um jogo válido pela Taça Brasil entre o campeão mineiro de 1964, Esporte Clube Siderúrgica, e o Atlético Goianiense. O time mineiro venceu o prélio por 3 tentos a 0.
7 de Setembro - Dois dias após a inauguração do Mineirão, a Seleção Brasileira, representada integralmente pelo Palmeiras, recebe o Uruguai para um amistoso e faz sua estreia no novo palco. O Palmeiras/Brasil vence o jogo por 3 a 0 e conquista a Taça Independência, cuja posse pertence ao clube paulista. Foi a única vez que um técnico estrangeiro "dirigiu" a Seleção Brasileira, já que o argentino Filpo Nuñez era o técnico palmeirense na ocasião.

1966

7 de Dezembro - Após golear o Santos de Pelé por 6 a 2 no Mneirão, no primeiro jogo da decisão da Taça Brasil, o Cruzeiro vai ao Pacaembu para tentar garantir seu primeiro título nacional. O primeiro tempo termina com vitória santista: 2 a 0. Os santistas acreditavam que a derrota humilhante do jogo anterior seria devolvida. No intervalo da partida, dirigentes paulistas procuraram o presidente do Cruzeiro para marcar a terceira partida para o Maracanã. Isso foi como uma afronta aos cruzeirenses. O técnico Aírton Moreira utilizou a atitude prepotente dos paulistas para estimular seus jogadores. No segundo tempo, Tostão perde um pênalti, mas se redime ao marcar um gol de falta aos 18 minutos. Dez minutos depois, Dirceu Lopes empata. E, aos 44, Natal dá o golpe de misericórdia e vira o jogo para o Cruzeiro. O time de jovens garotos cruzeirenses vence o melhor time do mundo da época, torna-se campeão brasileiro pela primeira vez e evita o hexacampeonato consecutivo do Santos na competição.

1967

5 de Março - Após o fiasco da Seleção na Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra, a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) decidiu colocar em prática planos mais ousados de integração para o futebol brasileiro. Por isso, criou o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, também conhecido como “Robertão”, em homenagem ao ex-goleiro da Seleção e ex-presidente da Federação Paulista de Futebol. O certame, que nesta edição foi organizado pelas federaçoes carioca e paulista, teve início nesta data e reuniu 15 clubes de 5 Estados.
8 de Junho - O Palmeiras vence o Grêmio por 2 a 1 e garante o título do Robertão. O Internacional fica com o vice-campeonato. Vale ressaltar que, mesmo com a criação desta nova competição nacional (Robertão), o principal campeonato nacional de 1967 foi a Taça Brasil, que indicou o seu vencedor - curiosamente o mesmo Palmeiras - para a Copa Libertadores do ano seguinte. Como a experiência com o “Robertão” foi boa na concepção da CBD, a mesma decidiu adotar o modelo como o principal campeonato nacional a partir do ano seguinte (1968). Com isso, imediatamente foi estabelecida uma "transição de valores" entre os dois campeonatos nacionais existentes na época. Portanto, a Taça Brasil, que desde 1959 era a principal competição de futebol do Brasil, acabou perdendo este status, tornando-se, na edição de 1968 - a última antes de ser extinta -, uma competição secundária no cenário nacional.

1969

6 de Abril - É inaugurado o Estádio José Pinheiro Borda, o Beira-Rio, do Sport Club Internacional. A partida de inauguração aconteceu entre Inter e Benfica, campeão europeu da época. Após jogo disputadíssimo, o Internacional saiu vitorioso por 2 a 1, com gols de Claudiomiro e Gilson Porto. O Benfica descontou com o lendário Eusébio.
24 de Junho - O Santos vai até o Estádio San Siro, em Milão, na Itália, enfrentar a Internazionale pelo primeiro jogo da final da Supercopa dos Campeões Intercontinentais de 1968. Na ocasião, vitória santista por 1 a 0. Uma segunda partida seria disputada em Setembro, mas a Inter desistiu do embate, dando o título ao Santos.
20 de Julho - Neil Armstrong, levado pela Apolo XI, torna-se o primeiro homem a pisar a Lua, consagrando a frase: “Um pequeno passo para o homem, um gigantesco salto para a humanidade”.

19 de Novembro - Em jogo contra o Vasco pelo campeonato nacional, no Maracanã, o placar aponta 1 a 1 quando o Santos tem um pênalti marcado a seu favor. O público de aproximados 65 mil pagantes aguarda ansioso. "Apenas três passos para a bola, um gigantesco salto para a eternidade". Pelé corre, bate e marca seu milésimo gol na carreira, em cima do goleiro argentino Andrada. O atacante corre para dentro do gol, pega a bola e, rodeado por membros da imprensa, inicia um discurso em prol das crianças pobres e abandonadas do Brasil. Após invasão e muita festa, o santista chega a vestir uma camisa do Vasco com o número mil nas costas e, aplaudido por mais de 65 mil pessoas, dá a volta olímpica no estádio. No final, vitória santista por 2 a 1.
 

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